Your browser doesn't support javascript.
loading
Hipertensão arterial: um problema de saúde pública: [Editorial] / Hypertension: a public health problem: [Editorial]
Santos, Zélia Maria de Sousa Araújo.
Afiliação
  • Santos, Zélia Maria de Sousa Araújo; Universidade de Fortaleza - UNIFOR. Fortaleza. BR
Rev. bras. promoç. saúde (Impr.) ; 24(4): 285-286, out.-dez. 2011.
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-621766
Biblioteca responsável: BR6.1
RESUMO
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é considerada um dos grandes problemas para a saúde pública no Brasil, agravada por sua prevalência e detecção quase sempre tardia, além de constituir um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares e cerebrovasculares. A HAS, considerada ?assassina silenciosa?, é o maior problema social dos países desenvolvidos e em muitos dos emergentes. Mesmo sendo conhecida a eficácia e efetividade de várias das medidas preventivas e de controle disponíveis, sejam ou não farmacológicas, a HAS continuará, por décadas, representando um dos maiores desafios em saúde e um dos maiores ônus para a pessoa hipertensa e para a sociedade. Se o controle de casos existentes, assim como o controle e prevenção dos fatores de risco desta doença não forem implementadas, esta problemática irá afetar grande proporção da população em nosso país, a qual, em 2020, terá um aumento significativo de pessoas com mais de 60 anos. A HAS é uma síndrome multifatorial, multicausal e multisistêmica. Seu aparecimento está relacionado ao estilo de vida inadequado, considerando também os fatores constitucionais, como sexo, idade, raça/cor e história familiar; e os ambientais, como sedentarismo, estresse, tabagismo, alcoolismo, alimentação insalubre e obesidade. Mediante ao seu curso silencioso (assintomatologia), a pessoa poderá ser surpreendida por suas complicações, sendo necessário aprender a conviver com a cronicidade no seu cotidiano. Entretanto, este tipo de agravo é influenciado por vários determinantes, incluindo características da personalidade, mecanismos de enfrentamento utilizados, autoconceito e autoimagem, experiência com este agravo e atitudes dos cuidadores da área de saúde. Uma das dificuldades encontradas no atendimento às pessoas hipertensas é a falta de adesão ao tratamento, pois 50% dos hipertensos conhecidos não fazem nenhum tratamento e dentre aqueles que o fazem, poucos têm a pressão arterial controlada. Entre 30 e 50% dos hipertensos interrompem o tratamento no primeiro ano; e 75%, depois de cinco anos(1). A problemática da adesão ao tratamento é complexa. Vários fatores exercem influência neste processo características biológicas (sexo, idade, raça/cor e história familiar) e socioculturais (estado civil, escolaridade, renda, profissão/ocupação, naturalidade, procedência e religião), e experiência da pessoa hipertensa com a HAS e o tratamento; relação equipe de saúde-pessoa hipertensa; participação familiar; e acesso ao sistema de saúde veiculado pelas politicas públicas de saúde vigentes(2). A não adesão do usuário ao tratamento constitui grande desafio para implementação de políticas que visam atingir esse grupo populacional, possivelmente sendo responsável pelo aumento dos custos sociais com absenteísmo ao trabalho, licenças para tratamento de saúde, e aposentadorias por invalidez. De outro lado, a adesão do usuário significa minimizar estes custos, e possibilitar a integração ou reintegração desse à sociedade, além de reduzir a taxa de morbimortalidade por doenças cardiovasculares e cerebrovasculares associadas à HAS. 286 Rev Bras Promoç Saúde, Fortaleza, 24(4) 285-286, out./dez., 2011 A população, principalmente a mais vulnerável à HAS, necessita ampliar o conhecimento sobre os fatores de risco da HAS, para aderir às condutas de controle e tratamento. A intermediação neste processo deve ser feita predominantemente pela educação em saúde, por sua capacidade de transformar indivíduos, tornandos mais autônomos para tomar as suas decisões sobre o próprio corpo, com base nos conhecimentos cada vez mais aprimorados sobre sua saúde, tendo a opção de adotar ou não, hábitos e atitudes saudáveis. Educação é ação primordial da atenção básica, pois possibilita a promoção da saúde. Sendo assim, pode-se admitir que o acompanhamento da pessoa hipertensa, em parceria com a família, implementado com ações educativas, possibilitará a adesão desta às condutas terapêuticas de controle da HAS e demais condutas, com vista à promoção da saúde de si e da família. A ideia de promoção da saúde traduz-se em expressões próprias à realidade atual, como políticas saudáveis, colaboração intersetorial, desenvolvimento sustentável. Se a perspectiva que relaciona saúde e condições de vida é trazida à tona, múltiplos elementos, tais como físicos, psicológicos e sociais irão emergir como vinculados a uma vida sudável. No entanto, importância deve ser dada a participação coletiva quanto das habilidades populacionais. Enfim, a problemática da HAS imprescinde de resoluções através da prevenção e/ou controle dos fatores de risco desde a infância, e da adesão às condutas terapêuticas de controle nos casos diagnosticados em todos os campos de atividade humana ? domicílio, trabalho e nos demais ambientes sociais.
ABSTRACT
Hypertension is considered an important public health problem in Brazil, which is aggravated by its high prevalence and late detection. In addition, it is one of the major risk factor for cardiovascular and cerebrovascular diseases. Hypertension, considered a ?silent murder?, is the largest social problem in developed countries and in a large number of developing countries. Despite of knownefficacy and affectivity of various preventive and control measures, including the pharmacological ones, hypertension will continue, for decades, representing one of the largest health challenges and high cost disease for individuals and society. If control of existed cases, as well as control and prevention of risks factors for this disease are not implemented, this problematic will affect a large proportion of the population in our country, which, in 2020, will have had increase significantly over 60 years of age.Hypertension is a multifactor, multisystem syndrome. It can be cause by multiple causes, being related to inadequate life style, constitutional factors, such as sex, age, race/color and family history; as well as environmental issues, such as sedentary lifestyle, stress, smoking, alcoholism, inadequate diet and obesity. Due to its silent course, a person can be surprised by its complications, being necessary learn to live with its chronic nature on an every day basis. Nevertheless, this type of problem is influenced by a series of determinants, including personality characteristics, forms to face the disease, self-concept, self-image, experience with the disease and health care professionals attitudes. One of the difficulties found in the treatment of persons with hypertension is the lack of adhesion to the treatment, as 50% of the known patients with hypertension don?t treat themselves, and among those who do, few have controlled blood pressure. Between 30 and 50% of persons with hypertension stop treatment within the first year of treatment, and 75% after five years(1). The problem related to treatment adhesion is complex. A series of factors influence this process biological characteristics (sex, age, race/color and family history), social and cultural issues (civil status, years of schooling, income, profession, origin and religion); as well as the experience of the person with the disease and its treatment; relationship with health care professionals; family support; and access to health care systems linked to updated public health policies(2). The lack of adhesion to treatment is an important challenge for the implementation of policies for this population, possibly being responsible for the increase in social costs with work absence, license for health treatment, and early retirement. On the other hand, the adhesion to treatment means the decrease of treatment cost, and the possibility to integrate or reintegrate those in treatment into society. In addition, it reduces the morbimortality taxes by cardiovascular and cerebrovascular diseases related to hypertension. The population, mainly the most vulnerable to hypertension, needs to increase its knowledge regarding hypertension risk factors in order to adhere to treatment and control measures. The intermediation of this process should mainly be done troughhealth education, due its ability to capacitate and transform individuals, turning them independent, based on informed knowledge regarding their health, in taking their own decisions regarding their body, and undertaking, or not, healthier behaviors. Education is the main action implemented by theprimary care, as it allows health promotion. Like this, it can be admitted that the follow-up of a person with hypertension, together with family care, and implementation of educational actions, will allow adhesion to therapeutic conducts in order to control hypertension, as well as others conducts, which will promote health to individuals and families. The idea of health promotion relates itself to the surrounding reality, as updated healthy policies, collaboration among various sectors, and sustainabledevelopment. If one brings the perspective relating health to life conditions, multiple elements, such as physical, psychological and social will emerge as linked to a healthy life. Nevertheless, an importance should be given to the development of community participation regarding populational abilities. Finally, the problems related to hypertension need solutions through prevention and/or control of risk factors since childhood, as well as adhesion to therapeutical conducts aiming control, in the diagnosed cases, on all s of human activity home, work and other social environments.
Assuntos
Texto completo: Disponível Coleções: Bases de dados internacionais Base de dados: LILACS Assunto principal: Editorial / Hipertensão Tipo de estudo: Estudo prognóstico / Fatores de risco Idioma: Português Revista: Rev. bras. promoç. saúde (Impr.) Assunto da revista: Saúde Pública Ano de publicação: 2011 Tipo de documento: Artigo País de afiliação: Brasil Instituição/País de afiliação: Universidade de Fortaleza - UNIFOR/BR
Texto completo: Disponível Coleções: Bases de dados internacionais Base de dados: LILACS Assunto principal: Editorial / Hipertensão Tipo de estudo: Estudo prognóstico / Fatores de risco Idioma: Português Revista: Rev. bras. promoç. saúde (Impr.) Assunto da revista: Saúde Pública Ano de publicação: 2011 Tipo de documento: Artigo País de afiliação: Brasil Instituição/País de afiliação: Universidade de Fortaleza - UNIFOR/BR
...